Dia de Gibi (Mais ou Menos) Novo: Transmetropolitan
Como comentei num post anterior, recebi três encadernações de Transmetropolitan. Já tinha lido - e possuído - as duas primeiras, mas vendi num dos meus surtos de pobreza. Agora que finalmente posso ler o terceiro trade, resolvi reler todas as outras edições que tenho.
Se você não esteve aqui antes, Transmetropolitan é uma ficção cyberpunk, escrita por Warren Ellis que mostra a rotina do jornalista Spider Jerusalem (um remix de Hunter Thompson) de volta à Cidade, depois de alguns anos fora. Como toda a ficção cyberpunk, Transmetropolitan traz um cenário sobrecarregado de imagens e temas que estão diretamente relacionados com o presente; uma espécie de comentário do panorâma do momento da escrita.
A Cidade desenvolvida por Ellis parece muito com qualquer grande cidade hoje, só que mais: mais gente, mais variedade, mais malucos, mais fria, mais limpa... A tecnologia aparece muito na história, mas na maior parte do tempo é só plano de fundo, interferindo muito pouco no destino das histórias ou servindo como metáfora para situações atuais (pessoas despertas de criogênia em lugar de refugiados e sem-teto; gente que mexe com seu DNA para se tornar alienígena sofrendo o tratamento que ainda hoje é dispensado a negros e homossexuais).
Resumindo, o gibi é do caralho. E Spider Jerusalem é um puta jornalista. Se descontarmos os exageros - já que Transmetropolitan é uma sátira - dá para ver isso muito bem. Não só pelo texto, mas porque o cara realmente se importa em ir atrás do que está realmente acontecendo e é realmente importante.